(Rocha Filho)
Congruência de desespero
Até se acoita no alagado,
Fazendo aos Tucujús
Dali, de vez, se afugentar,
Enquanto o manati,
Aos poucos,
Vai-se, desaparecendo,
As mãos, dos que só querem,
A carne e o couro pra vender.
Pensando ao desconforto,
Despontam a beira da lagoa,
Onde filham-se palhoças,
Destas, negras, debandadas,
Por sobre outros resquícios,
Que sobreviveram, será?
Das belas tucujutabas,
Que antes do homem branco
Espalhavam-se e cresciam por ali,
Vivendo a sol e lua, tais felizes,
Com status de serem muito ricos,
Pois eram donos, de tudo, do Amapá.
Caça em abundância, ali pastavam,
Ao rio a pesca farta, tudo, ao léu,
As antas enribeiradas e preguiçosas,
Aos bandos se esgueiravam por ali,
E os acutis se encontram pra comer,
A sombra do tucumã e da bacaba,
Cheirosos, que de maduro caem,
Ai... Que dó!
Nem estou ali para aproveitar!
Distante da cidade e da senzala,
Ao vento corre o negro emancipado,
Que burla qualquer regra na fujança
E busca entre as dores das passadas
A liberdade ao céu do Goiabal.
Espaço literário e reflexivo para que possam, sempre que puder, fazer-me uma visitinha, meus amigos e aqueles que admiram as letras e rimas do caboclo "índio" ribeirinho da foz do Rio Amazonas.
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Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
ADAGIOMENTÁRIO
RENOSTÁLGICAS
(Rocha Filho)
Quando as palavras me faltam,
Me vem tua voz, me falar do amor,
De todas as vezes que só me senti
E que a teu colo então me deitou,
Mas na verdade eu só queria estar
A teu lado mais uma vez, sim,
Pois a saudade que abraça meu peito,
Não nega o que falta em mim.
Quando as lembranças desfilam
E se embrenham por meu coração
Falam de todas às vezes, eu sei,
Quando ouvia de ti uma canção,
Se de ninar ou de amor,
Como é bom mesmo ouvir teu cantar,
Pra cada filho um pedaço de ti
E hoje eu sei que tu vives em nós
De tua cadeira de balanço
Parecias cochilar,
Mas quando me machucava,
Não importa onde eu estava,
Sempre vinhas me salvar.