Escracho de bondade fala o homem,
Enquanto o verde em cinza esfumaceia,
Navios abarrotados distanciam,
Levados de almas doces de juçara,
E um som se faz presente no silêncio,
Aos doloridos prantos de um passado,
Que de um futuro negro profetiza,
Aqui neste cantinho rechaçado.
Chora o sabiá, chora o caboclo,
Seco de barriga em roncadeira,
Sangram as paxiúbas no alagado,
Sofre a várzea nua enlutada,
Ó tupã! Porque tanta maldade?
É vinho de açaí, doce manjar,
Quanto cacho tem-se ao ano todo,
Quantos mais ainda podem ter?
Levam teu palmito e ainda te matam,
Quantos povos querem te comer?
Mesmo que em derrubas criminosas,
Nunca mais em pé posso te ver?
Espaço literário e reflexivo para que possam, sempre que puder, fazer-me uma visitinha, meus amigos e aqueles que admiram as letras e rimas do caboclo "índio" ribeirinho da foz do Rio Amazonas.
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Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
sábado, 21 de agosto de 2010
ZURZINDO
D’algo imbuístes hoje se fazer,
Pronde rumo certo pensa estar,
Ser fiel a cama aonde dormitas,
Numa só de aconchego infinital,
Tendo como formar consorciata,
Qual num apalavrar comercial,
Sempre informando ao par,
Qualquer que seja, enfim,
Nunca em desigual,
A contradizer.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
INTENTO
Como dizer vil coisa feia,
Se a dúvida incendeia
A certeza do conhecer,
Donde vem tanto pavor,
Do místico que seduz,
Do medo que ainda induz,
Tanto, autoterror.
Do alto do rio vila nova,
Do Matapi ao Piaçacá,
O medo se põe a prova,
Como posso inescutar,
De tudo que ronda a casa,
Do assovio de arrepiar,
Da assombração no caminho,
Do rio a me encantar.
Tabaco matinta-pereira
De manhã podes vir buscar,
Com teu cachimbo bem cheio,
O dia todo tu podes fumar.
Se a dúvida incendeia
A certeza do conhecer,
Donde vem tanto pavor,
Do místico que seduz,
Do medo que ainda induz,
Tanto, autoterror.
Do alto do rio vila nova,
Do Matapi ao Piaçacá,
O medo se põe a prova,
Como posso inescutar,
De tudo que ronda a casa,
Do assovio de arrepiar,
Da assombração no caminho,
Do rio a me encantar.
Tabaco matinta-pereira
De manhã podes vir buscar,
Com teu cachimbo bem cheio,
O dia todo tu podes fumar.
LAMENTO
Peço paz,
Cai um petardo,
Caía um,
Cai um bocado,
Quero um amor,
Chega um pecado,
É mais um vício depravado,
Qual pira ardente,
Para um peito
Já tão queimado,
De um ser independente
Neste mundo escravizado,
Feito um grande estaleiro
De políticos safados.
Cai um petardo,
Caía um,
Cai um bocado,
Quero um amor,
Chega um pecado,
É mais um vício depravado,
Qual pira ardente,
Para um peito
Já tão queimado,
De um ser independente
Neste mundo escravizado,
Feito um grande estaleiro
De políticos safados.
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