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Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia

Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
Ilha de Santana - Amapá - Rio Amazonas

Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia

Convívio Ribeirinho: Praia do Recanto da Aldeia
Santana - Amapá - Rio Amazonas

segunda-feira, 29 de abril de 2013


DESEJOS

Sangra-me o pensamento
E minha alma chora
Com esta calma, dolorosa,
Pela falta que me causas,
Mas de tempo em tempo,
Sobre a relva e sob o vento,
Vou buscar a paz que me restar,
Este é meu intento,
É meu alento a toda vida,
Réstia do tempo que me sobrou,
E entre frases mudas, censuradas,
Aos sussurros,
Vens me avisar que estais aqui,
Chega teu perfume me encantando,
Em meio à brisa,
Como se quisesse me prender,
Durmo a teu colo feito um rei,
Emocionado,
Degustando o gosto de estar bem.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vista da frente da Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Igarapé do Lago.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

REVISÃO


Quem sabe se um dia desses
Um amapaense cantador
Ainda vai se lembrar deste cantor
Talvez ainda encontre por aí
Alguma destas letras pra cantar
Mas não terá ninguém pra acompanhar.

A cultura de Santana
Morre a mingua meu amor,
Todas as nossas belas lendas e mitos
Rolaram pelos barrancos do esquecimento,
Quem sabe se até já despencou de vez,
Se a gente assim deixou.

Quando o folclore vem?
Parece que nunca mais voltará,
Quem deveria fazer nossas leis,
Só esquece o nosso popular.

Quando o folclore vem?
Um dia a gente o faz ressuscitar,
Pois toda esta cultura tem
Meu sangue e do nosso Amapá.

sábado, 8 de janeiro de 2011

BEBERICANDO




Traz a bela cunhãtã para reinar, no açaizal,
A fantasia de Santana é o açaí, no carnaval.
Tá na cuia, tá no prato e, tá na boca da massa,
É minha escola na avenida – canta meu povo – na praça.

A lenda me conta, que um dia destes nasceu do encantado,
Uma linda e esbelta palmeira para ao índio alimentar,
Esta sangra um vinho tão grosso, feito o mais doce manjar,
É o petróleo da Amazônia, e o mundo todo quer provar,
Iguarias diversas eu vi surgirem desta tão gostosa fruta,
Que hoje, a todos, exporta o Amapá.

É um sonho, com camarão, açúcar ou farinha é um prazer,
Com peixe ou carne-seca, rico ou pobre quer comer,
Mas, desejar um palmito, que azar me vem trazer,
São milhões de açaizeiras, que a floresta vai perder,
Replantar, quando, quem diria hoje a quem fazer?
É destino de tucano, de sabiá, é só tupã me escolher.

Sobe e desce, desce e sobe curumins e caboquinhos,
Dá-me um cacho bem pretinho, mode a fome se matar.

domingo, 19 de dezembro de 2010

CRISMA



Respingos de sonhos me falam de outrora,
De falas que nunca calaram em meu ser,
Momentos que voam de volta a meu ninho
E trazem saudades de tudo que fui,
Replantam tristezas por meus pensamentos,
Roubando a alegria pouca que sobrou,
Dos restos de olhares que só me sorriam,
Do mar que secou qual nunca naveguei.

Quimeras se esvaem as valas do destino,
Num plano sozinho à que me encaminhei,
Enquanto uns resquícios, de tal sentimento,
Fomentam a incerteza de que me encontrou,
Dos dias que me foram um dia o presente,
Quem sabe ainda sentem o amor que me flui,
E quebram a rotina que faz minha sina,
Ao ver que a menina é mulher hoje em fim.

ALUCINAÇÃO



Donde vem tupã, tanto bicho barulhento,
E quanta gente esfomeada, donde vem?

Veio...
Ouro...
Amazônia,
Porca exploração que cresceu,
Ambição ferrenha garimpeira mata,
A mata e bichos de montão,
Quem te viu ó rio transnavagável,
Verde, adornado ao natural,
No trinar da aurora ainda se escuta
Um triste pipocar no descampado,
Da cobra fumando aos jatos caem,
Mil ou dez mil barrancos, Tudo cai,
Mas quem quiser ver índio, há no museu,
Lindo e empalhado, ao bom se ver,
Fotos, utensílios e coisas que nem se imagina,
Se quiser ver mata, só no parque,
Mas corra se não nunca mais verá.

É tempo de nascer à paz,
Ressaca de um orgasmo múltiplo,
Que ao fim deixou arfante a alma,
Espíritos e corpos,
De guerreiros mortos,
A sombra de extintos seringais,
Soterrados por barrancos clandestinos,
Sob tais queimadas criminosas
Por restos de pólvoras caçadoras,
Que não só matou o sonho da vitória,
Como acabou também com a piracema,
Grande baile da desova destes rios mortos
E tão cheios de mercúrio criminosos,
Que ainda cortam serras e planícies nuas,
Varando até poronde vai a derrubada,
Lugar que até um índio já habitou um dia,
Nem sei quando e talvez nem ninguém lembre,
Ali para os cafundós do Judas,
Deste grande deserto da Amazônia,
Aquela gata tão linda, bem, já foi linda,
Que vem há mais de quinhentos anos,
Sobrevivendo “drogada e prostituída”
Pelos reis deste lugar.