Escracho de bondade fala o homem,
Enquanto o verde em cinza esfumaceia,
Navios abarrotados distanciam,
Levados de almas doces de juçara,
E um som se faz presente no silêncio,
Aos doloridos prantos de um passado,
Que de um futuro negro profetiza,
Aqui neste cantinho rechaçado.
Chora o sabiá, chora o caboclo,
Seco de barriga em roncadeira,
Sangram as paxiúbas no alagado,
Sofre a várzea nua enlutada,
Ó tupã! Porque tanta maldade?
É vinho de açaí, doce manjar,
Quanto cacho tem-se ao ano todo,
Quantos mais ainda podem ter?
Levam teu palmito e ainda te matam,
Quantos povos querem te comer?
Mesmo que em derrubas criminosas,
Nunca mais em pé posso te ver?
Nenhum comentário:
Postar um comentário